Como perceberam não foi uma pergunta, mas sim uma afirmação.

Mas devo confessar que eu não tinha conhecimento sobre o assunto, e que nunca tinha pensado a respeito até o momento que a minha esposa começou a amamentar.

Durante a gravidez acompanhei o pré-natal, ouvia as orientações da médica, ajudava dando o máximo de apoio possível.

O assunto amamentação me parecia algo que era restrito ao relacionamento mãe e filho.

 

Várias Descobertas.

 

 

 

Então veio o grande dia, o nascimento do nosso primeiro filho, grandes expectativas e muita felicidade, e foi nesse momento que tive o primeiro contato com o processo de amamentação.

Dica 1: é importante dar de mamar ao recém-nascido na sala de parto. Esse primeiro contato pele a pele, já desde o nascimento é importantíssimo.

Infelizmente isso não aconteceu com o Otávio, porque ele nasceu um pouco “cansado”, precisou ir para uma tenda de oxigênio, então essa primeira mamada não foi possível.

Na época não sabia disso, só descobri quando a minha segunda filha nasceu, que pode mamar logo ao nascimento, achei incrível! Mal nasceu e rapidinho saiu mamando e minha esposa ficou extremamente feliz.

Bom passado a parte do berçário, ele veio para o quarto e então para a primeira mamada.

Como minha esposa é pediatra ela tinha conhecimento, e também apoio da enfermeira, pareceu tudo bem.

E eu? Fiquei ali parado só admirando aquele ato de amor, pensando novamente:

– É um momento deles….

 

Não se iluda com a maternidade

 

Na maternidade tudo é perfeito, temos total assistências de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, sem preocupações.

Dica 2: não se iluda com a tranquilidade da maternidade.

Mas não podemos viver dentro do hospital e nem levar as pessoas para morarem conosco.

Então lá fomos nós para casa e para o começo de uma rotina nova.

Ao chegar em casa, parece que uma chave virou… E aquele bebê calmo que chegou tranquilo em casa, mudou. E começou o que seria uma noite longa e interminável de mama e chora, mama e chora… parecia que o Otávio continuava com fome.

Minha esposa tinha certeza que tinha leite, sabia que a posição para o bebe mamar estava certa, mas parecia que não era suficiente e ela começou a ficar preocupada.

Muito insegura e além de um bebê chorando, agora havia também uma mãe aos prantos, com medo de não ser capaz de alimentar o bebê e também com dor, pois a mama ficou também um pouco ferida, as famosas fissuras.

Foi nesse momento que deu um clic  e eu entendi que teria que ser mais ativo também no processo de amamentação.

Mas como? Dando de mamar? Indo comprar leite? Chorando junto?

Não. Dando apoio, ficando perto, ouvindo.

 

A realidade é difícil e precisa ser enfrentada.

 

Resolvemos ir ao pediatra. Sim, apesar da minha mulher ser pediatra, neste momento ela era MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM e era isso que ela precisava ser naquele momento.

A pediatra examinou e percebeu que realmente tinha muito leite, tanto que o bebê não conseguia chegar ao leite posterior, o que matava a fome, que então ela precisava tirar um pouco de leite e depois dar de mamar, para que o bebê ficasse mais tranquilo.

Fizemos isso e deu certo, ele mamou bem, não teve fome e dormiu tranquilo. Ufa! Resolvido.

 

 

 

 

Dica 3: a consulta do pediatra nesses primeiros dias após a alta é muito importante!

Apesar de termos informações, de minha esposa ter experiência com amamentação, o estresse do parto e as mudanças hormonais, após o nascimento do bebê, deixam a mamãe nova muito sensível. O famoso baby blues. E tudo pode parecer confuso.

Bom parecia que tudo estava bem! Agora era só curtir o momento. Porém recém-nascido mama em  livre demanda, ou seja, pediu, mamou.

Não importa a hora, manhã, tarde, noite e madrugada, isso mesmo, madrugada, normalmente de 3 em 3horas.

E aí é mais um momento que é importante a participação do pai na amamentação, ou você acha que é tranquilo para a mãe acordar 2 ou 3 vezes por noite, levantar, pegar o filho, dar de mamar, depois fazer arrotar e voltar a dormir.

Bora acordar junto, pegar a criança, entregar para a mãe, esperar mamar, depois pegar de volta e fazer arrotar, as vezes pegar água para ela tomar. Amamentar da muita sede.

E curti estar ali, a gente conversava, pude fazer fotos da carinha de satisfeito do Otávio após mamar, isso nos aproximou muito.

Em casa brincávamos que: mamava na mamãe e gorfava no papai.

Dica 4: sempre faça arrotar com um paninho de boca no ombro, senão quiser trocar de camiseta a cada 3 horas, mas não se preocupem, o bebê não regurgita o tempo todo.

Amamentar consome muita energia da mãe, consequentemente ela pode ter muito sono, mais um motivo importante para o pai ajudar, posicionando a almofada de amamentação, trazendo algo para a mãe comer ou beber.

 

Participar é essencial para todos, cria vínculos.

 

Como podem perceber existem vários jeitos de participar da amamentação, de forma direta ou indireta, responsabilizando-se por outras tarefas da casa e do cuidado com o bebê, dando tempo para a mãe descansar.

Dica 5: isso é conhecido como rede de apoio, muito importante para o sucesso da amamentação.

Mesmo se o pai não conseguiu uma licença paternidade maior ou férias, é importante participar quando estiver em casa.

Após alguns meses o ritmo das mamadas vai mudando devido a introdução de outros alimentos e a volta da mãe ao trabalho.

Mais um momento que eu participei da amamentação, como a minha esposa dava alguns plantões e ainda não tínhamos introduzido o leite de fórmula para o Otávio, ela tirava o leite e deixava as mamadeiras de leite materno, para eu dar. Já com a Alice que só aceitava leite materno, precisei  levá-la até o trabalho da minha esposa para ela dar de mamar, ela mamava no carro e já dormia.

E depois quando o Otávio aceitou a mamadeira e outro leite diferente do materno, então a partir desse momento também amamentei, principalmente antes de dormir. A Alice, espertinha, não aceitou a mamadeira e outro tipo de leite, então mamou por mais tempo.

Na época que ela nasceu o Otávio tinha 4 anos, então veio mais um jeito de participar da amamentação, dar atenção e cuidar do filho mais velho.

Dica 6: se você  tiver dois filhos, enquanto o mais novo estiver no momento da amamentação, dê atenção ao mais velho, diminui a preocupação da mãe e o ciúmes do mais velho.

Perceberam como o pai participa do processo de amamentação? E muito! Isso faz parte do sucesso dessa etapa da vida da família, trazendo tranquilidade e qualidade de vida, saúde e desenvolvimento do bebê.

 

Resumindo.

 

 

Como ajudar:

  1. Companhia;
  2. Apoio;
  3. Conversa;
  4. Acordar junto de madrugada;
  5. Fazer arrotar;
  6. Trazer água e alimentos para a mãe;
  7. Realizar tarefas da casa;
  8. Cuidados com o filho: trocar fralda, dar banho, fazer dormir…
  9. Cuidar do filho mais velho;
  10. Dar de mamar também quando se usa outro leite.

 

A  amamentação é complexa e desafiadora para as mães e necessitam do máximo de ajuda e apoio possíveis, principalmente dos companheiros.

Esse processo começa durante a gravidez, nas consultas de pré-natal, em leituras de livros sobre o assunto, procura por sites e conversa com outras mães que já passaram ou estão passando por esse processo.

Como companheiro e parceiro, é legal o pai  participar desde o começo, ou seja, durante a gravidez, após o parto e por todo o tempo que durar a amamentação.

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